Quando estava a viver na Estónia tive a oportunidade de fazer uma viagem de seis dias à Rússia, mais concretamente a S. Petersburgo. Todo o planeamento foi realizado por uma agência de viagens e muito sinceramente já tinha saudades da sensação de estar a viajar e não ter que me preocupar com a maior parte da organização da viagem.
Por ser uma viagem organizada especificamente para pessoas que não têm tão fácil acesso ao visto russo (como é o caso da maior parte dos países da União Europeia), o pacote já tinha o visto turístico incluído e apenas era necessário ter o passaporte atualizado para poder ir.
Foi assim que acabei por evitar uma série de burocracias, contacto e reuniões com embaixadas ou consulados.
Mesmo assim, acabei por ter que passar uns bons 20 minutos no controlo de fronteiras para confirmar se eu era mesmo a pessoa que aparecia na fotografia do passaporte.
Pelo que percebi, existem uma série de empresas a operarem nos países Bálticos tal como a Scanbalt Experience ou a Timetravels que fazem este tipo de viagens, direcionadas nomeadamente para estudantes mas que outros podem também beneficiar (tal foi o caso de dois irlandeses com mais de 40 anos que estavam a visitar a Estónia e aproveitaram esta oportunidade ao irem na mesma viagem que eu).
Para além do visto, ficou assegurado pela organização a deslocação de barco com dormida incluída em cabines partilhadas durante as viagens de ida e volta, quatro noites num hostel em S. Petersburgo, uma tour de autocarro com paragem nos principais pontos turísticos da cidade e entrada com guia no Hermitage Museum, considerado o segundo maior museu de arte do mundo. Estava ainda incluído o seguro de viagem, obrigatório para entrar na Rússia. Tudo isto por 210 euros!
Na altura, tinha a oportunidade escolher entre esta viagem e outra também organizada por uma agência que fazia o percurso de autocarro até São Petersburgo mas passava também por Moscovo.
Acabei por não escolher esse pacote por ser mais caro (365 euros) mas hoje em dia arrependo-me de não ter visitado a capital russa que contrasta com a ocidentalizada cidade de São Petersburgo.
Assim pude também usufruir da experiência de dormir num barco que era um autêntico centro comercial com cabines de dormida e gostei tanto que mais tarde acabei por repetir a proeza para visitar a Finlândia e a Suécia.
Apesar de poder ficar mais em conta uma viagem de autocarro a partir de qualquer país Báltico, estas viagens não têm o visto incluído e temos de ser nós próprios a tratar dessa burocracia, sendo que o visto, caso seja pedido em Portugal custa cerca de 70 euros, ou seja um terço daquilo que eu paguei por toda a minha viagem e só pode ser pedido entre os 21 e 90 dias antes da viagem - o que para mim seria impossível dado que já estava a viver na Estónia há dois meses.
Para além disso, este pedido exige que descrevamos detalhadamente todo o itinerário da nossa viagem, até porque precisamos de um convite para entrar na Rússia concedido por algum operador turístico russo que comprove o lugar onde vamos estar hospedados.
É também necessário ter um seguro de viagem.
Assim sendo, apesar de ser adepta de viagens organizadas por nós mesmos, por nos dar uma enorme capacidade de desenrasque e organização, no caso de uma visita à Rússia, este tipo de viagem acaba por compensar imenso, nem que seja pelo tempo de planeamento e pelas dores de cabeça e que se poupam para adquirir o visto turístico.
Por isso, caso vos aconteça como eu e a vida vos leve a passar uma temporada nos Bálticos (ou simplesmente decidam ir explorar essa zona da Europa) aproveitem este tipo de oportunidades de acessar ao território de uma das nações mais desejadas do mundo.
Resumindo:
- O visto de entrada na Rússia para portugueses, para além do passaporte, exige uma série de burocracias a tratar na embaixada ou consulado, um seguro de viagem e ainda um convite de entrada no país;
- Nos países bálticos existem frequentemente viagens organizadas à Rússia já com o visto incluído que poupa toda a burocracia necessária que teríamos de tratar individualmente e apenas necessitamos de ter passaporte atualizado;
- Existem também viagens de autocarro a partir desses países mas que também carecem de visto de entrada com todo o itinerário descrito detalhadamente, o que implica também algum trabalho acrescido para o viajante;
- Se tiverem a oportunidade de não visitar apenas São Petersburgo, façam-no! Assim acabam por ter uma experiência mais diversificada culturalmente do que eu, dado que esta cidade é considerada a mais ocidentalizada da Rússia;
De qualquer das maneiras, com mais ou menos trabalho vale muito a pena tentar visitar uma pequena parte do maior país do mundo e conhecer a sua história e cultura tão peculiar!
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