Nem sempre sou apologista de partilhar lugares remotos no meio da natureza, nomeadamente nas redes sociais. Não é uma questão de egoísmo ou de querer estes lugares só para mim e para as poucas pessoas que ouviram falar neles, mas por uma questão de consciência ambiental pois sei que nem toda a gente tem os mesmos padrões de respeito que eu no que toca à conservação da natureza.
Não obstante, sendo este um blog de partilha de lugares bonitos que considero que outras pessoas devem conhecer peço que cuidem desses lugares e os preservem para os outros tal como eles chegaram até vós.
Como chegar?
Estas cascatas localizam-se perto da aldeia de Cabriz, no concelho de Ribeira de Pena, sendo que demoramos cerca de 40 minutos a lá chegar, dado termos partido de Vidago. Poderíamos ter optado por fazer o percurso mais longo através da N2 mas optamos pela A24 pois percorrer a emblemática Nacional 2 estava nos planos para outro dia.
Apesar da mais famosa cascata deste rio ser a Cascata de Cai D'Alto (mais a montante comparativamente a esta e como um tempo de percurso muito maior), optamos por este lugar cujo o nome nem aparece no mapa.
Desengane-se quem acha que o caminho é fácil. Chegando à aldeia de Cabriz pela N312 o carro tem de andar uns belos km em terra batida até chegar ao lugar onde se pode estacioná-lo (assinalado no mapa e com as respetivas coordenadas). Depois é necessário descer o vale e saltar entre as pedras que estão ao longo do rio para chegar ao local da primeira foto - esta descida demora cerca de 15/20 minutos e exige calçado confortável.
Caso decidam percorrer o percurso de chinelos arriscam-se a que estes se rasguem logo nos primeiros 5 minutos de descida.
Para além disso, dado o difícil acesso, é aconselhável levar uma mochila (pois é o mais prático para fazer este tipo de percursos) com água, qualquer coisa para comer e sacos do lixo.
Assim garantimos que não morremos nem à fome nem à sede e deixamos o local imaculado.
Apesar deste local onde ficámos ser esplêndido, pois tinha rochas onde podíamos estender as toalhas à vontade e ficar confortáveis, há sempre a possibilidade de continuar a subir o rio por entre os vales da montanha explorando as cascatas e lagoas naturais que ficam em locais cada vez mais remotos. No entanto, isso já fica ao critério e disponibilidade de cada um, tendo em conta que o percurso pode exigir algum esforço físico e disponibilidade motora.
Existem #10milhoesderazoes para explorar Portugal e cabe-nos a nós garantir que essas razões continuam a existir daqui a 100 anos ao preservarmos a natureza deixando-a igual ou melhor do que quando a encontramos.
Aventurem-se!
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