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Foto do escritorSpirit Bird

4 dias na Islândia com menos de 200 euros

Atualizado: 25 de abr. de 2020

Ainda hoje me parece surreal ter estado num dos países mais caros da Europa e ter gasto tão pouco dinheiro! A verdade é que apanhamos um super voo low cost e programamos toda a viagem ao pormenor o que nos diminui consideravelmente o budget.


Durante o tempo que estive a viver na Estónia, por ser um país no norte da Europa, passei horas e horas em frente ao computador à procura das hipóteses mais baratas para conseguir ver auroras boreais e de repente apareceu uma oportunidade de irmos à Islândia num voo de 70 euros ida e volta através da WizzAir (mesmo antes de mudarem as políticas de bagagem) - infelizmente ainda não dá para voar a partir de Portugal a preços tão baixos.

Das duas pessoas que iam inicialmente, acabaram por se juntar mais duas o que foi perfeito para alugar um carro e poder fazer a famosa Ring Road.


Sinceramente alugar o carro foi a melhor coisa que nos aconteceu porque pudemos percorrer mais de 600 km em quatro dias e visitar a costa sudoeste praticamente toda. Para além disso, a Islândia tem imenso para ver mas a maior parte é pura natureza o que faz com que os gastos sejam apenas em gasolina.

O aluguer do carro para os dias todos acabou por ficar quase ao mesmo preço que o shuttle de ida e volta do aeroporto para a capital que acabaria por ficar 48€ ida e volta comparativamente ao aluguer do carro que ficou à volta de 50€ com a gasolina já incluída neste montante.

O facto de termos carro acabou por nos fazer explorar muito mais a ilha com o pouco tempo que tínhamos e acabamos por só ir à capital para dormir e comprar souvenires.


Na primeira noite por estarmos tão cansados acabamos por chegar a casa e descansar para no dia a seguir começar o dia bem cedo e explorar a costa.


Começamos por fazer uma caminhada ao longo do Parque Nacional de Þingvellir que é considerado património mundial da UNESCO e está cheio de paisagens soberbas (apesar da neve ajudar a dar alguma magia ao local).

Quase sem querer acabamos por fazer a rota do famoso Gold Circle que passa precisamente por este parque, pela cascata Gulfoss onde também estivemos e pelos famosos geysers do vale de Haukadalur onde acabamos por ver o pôr do sol.



O dia terminou com uma "caça às auroras boreais" com três apps instaladas para o efeito e com uma série de sítios em mente que podiam ter potencial para as encontrarmos. Para tal, o melhor é deslocarmo-nos para as zonas menos iluminadas e procurar algum local remoto algures na Ring Road, a principal estrada da Islândia. Infelizmente não consegui captar o momento com uma foto suficientemente nítida daquele rasgo verde que vimos no céu mas mesmo que não haja registo fotográfico ficou na nossa memória aquela contemplação da mãe natureza no seu estado mais puro.



No dia seguinte, seguimos para sul onde nos íamos instalar na nossa segunda casa e por isso aproveitamos o caminho para visitar algumas paisagens como uma praia de areia preta (de origem vulcânica) onde se avistavam focas e um túnel de lava que acabamos por ver apenas superficialmente dado o preço que rondava os 50€.



Ao terceiro dia de viagem, tinha chegado a altura de irmos pela primeira vez ao supermercado pois a comida que tínhamos trazido da Estónia começava a não ser suficiente. Assim, decidimos ir ao supermercado da terrinha onde estávamos que acabou por nos surpreender. Esse supermercado tinha uma espécie de simulação sísmica incorporada, dado que há uns anos atrás um sismo foi sentido naquela zona. Tal, instaurou o caos naquele supermercado, que anos mais tarde, passou a ser um testemunho da atividade sísmica que por lá passou, como podem ver na imagem.

Ficamos também surpreendidos pelos preços praticados porque pela primeira vez estávamos a ter um contacto real com o custo de vida islandês ao pagarmos cerca de 20 euros por um pacote de pão de forma, uma dúzia de ovos e nuggets congelados, que dividimos entre os quatro.

(Tip: se forem numa viagem curta tentem levar o máximo de comida possível convosco pois isso acabou por fazer uma grande diferença no nosso budget dado que apenas acabamos de pagar estes 20€ e não passámos fome em nenhuma altura)


Após mais uma noite de caça às auroras boreais (com sucesso), aproveitamos o último dia para visitar a zona ainda mais a sul da ilha onde se situa a famosa praia de Reynisfjara, também de origem vulcânica, perto da cidade de Vík. Fomos completamente dominados pelos ventos fortes caraterísticos que nos impediram de tirarmos fotos decentes sem corrermos riscos como muitos fazem neste local.


Seguimos para a cascata de Seljalandsfoss que se carateriza pelo facto de podermos passar por detrás dela. Aí acabamos por pagar uma multa de estacionamento (cerca de 7 euros) durante a meia hora que deixamos lá o carro estacionado, por isso muita atenção ao código da estrada, os islandeses para além de serem super civilizados e respeitadores de regras não perdem uma oportunidade para penalizar quem não se comporta da mesma maneira.

(Felizmente não apanhamos nenhuma multa de velocidade pois não passamos dos 90 km/h na estrada principal mas conheço quem tenha vindo da Islândia com multas de 600 euros à conta desse tipo de brincadeiras.)


Acabamos por voltar para a capital depois de tanta diversidade de paisagens onde gastamos parte do nosso dinheiro nas famosas souveniers que tal como seria de esperar são de preços proporcionais ao custo de vida islandês, nomeadamente numa zona tão turística como aquela onde estávamos. Seguimos para o aeroporto onde entregámos o carro e terminamos a nossa estadia na ilha da natureza.


Assim sendo para evitarem ao máximo custos desnecessários aconselho a terem em conta estes pontos quando planearem uma viagem à Islândia:


- se forem pelo menos três pessoas vale a pena alugar um carro, no entanto, caso não consigam, pedir boleia também é normal na ilha e facilmente conseguem chegar a diferentes sítios apesar de terem a viagem um bocado mais condicionada;

- levem o máximo de mantimentos possíveis caso contrário arriscam-se a pagar balúrdios para poderem comer;

- estejam prontos para partir à descoberta pois esta ilha é feita de fenómenos da natureza e vale a pena explorá-los ao máximo mesmo que isso implique passar por locais mais remotos;

- muita atenção ao código da estrada, respeitem-no! A possibilidade de apanhar uma multa pela mínima infração é elevada e isso pode estragar as férias de qualquer um;

- caso pretendam fazer coachsurfing a possibilidade de terem sorte como nós tivemos é elevada dado a cultura tão respeitadora que os islandeses cultivam por isso aventurem-se!

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